A Política e o Agronegócio

“Superando Críticas e Construindo um Diálogo Construtivo”

Por: Matheus Penteado

O agronegócio nunca esteve tão politizado como atualmente, os avanços do setor somado aos cenários políticos que proporcionaram uma maior produtividade e bons preços ao produtor rural, chamou a atenção da classe política do país. Percebemos ao longo da história que todo setor da sociedade é observado por ideologias políticas, tais ideologias buscam encontrar formas de ganhar eleitorado dentro desses setores para se manter no poder e quando percebem que aquele setor em específico não se agrada com seus pressupostos, começam a realizar oposição ao mesmo. Com o agronegócio não difere e a prova disso são as recentes declarações da Ministra do meio ambiente Marina Silva, e além da infeliz declaração o agro sofre com uma tentativa de ‘’assassinato de reputação’’ por parte da classe de educadores, em especial as editoras de materiais escolares do mec. Como podemos remedir essa situação?

Com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, tivemos um renascimento do conservadorismo e liberalismo no Brasil. As novas ideias de um livre mercado somada a conservação de costumes tradicionais do país, com o intuito de proteger nossa cultura frente ao processo de aculturação que o mundo passa, foram aceitas pelo setor agrícola, que viu nos pressupostos dessa ideologia um novo começo e oportunidades de prosperar. A ideologia do conservadorismo nos costumes e liberalismo na economia ganhou as eleições e o agro foi de papel primordial para a vitória, entretanto, os anos se passaram e a antiga ideologia voltou a governar o Brasil, mas o setor agrícola foi firme em manter sua posição e agora colhe as críticas do outro lado. As acusações contra o agro são diversas e as comparações são das mais severas.
O grande problema é que as críticas e os debates não ficam entre os adultos, como no caso em que a ministra do meio ambiente chamou o agro de ‘’Ogronegócio’’ em uma sessão na câmara dos deputados, tendo sido rebatida logo em seguida por um dos debutados ali presente. O discurso contra o agro vai além das assembleias, o discurso contra o agro está nas escolas, como mostra a pesquisa elaborada pela associação ‘’de olho no material escolar’’ em parceria com a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP). Segundo a pesquisa, foram analisados mais de 9 mil páginas de materiais escolares do ensino médio, I e II e ensino fundamental, foram encontradas 345 menções ao agronegócio e dessas menções o estudo concluiu que 303 continham dados autorais, sem qualquer embasamento científico, ou seja, 87,8% das informações analisadas pela pesquisa, eram falsas.

Grande parte da crítica feita ao setor agrícola e pecuarista do Brasil é sobre sua inobservância aos impactos ambientais e seu atraso tecnológico, claramente críticas infundadas. O que a mídia não mostra é que o Brasil detém algo em torno de 61% do mercado global de açúcar orgânico, isso graças a usinas que produzem o açúcar. Para produzir nessa quantidade, obviamente não poderíamos ter ficado parados no tempo, o setor da agricultura evolui, sim, principalmente com uma abundância de start up’s criadas para desenvolver e comercializar produtos de adubação e controle de pragas biológicos. Essas novas tecnologias consistem na substituição de adubos minerais que salinizam o solo por bactérias naturais promotoras de crescimento de plantas, além disso, o controle biológico de pragas vem crescendo enormemente no setor, reduzindo pela metade aplicações de agroquímicos em todo o país, ou seja, aquele discurso que o agro é o vilão do meio ambiente e reacionário frente as tecnologias é só mais um marketing político de ideologias que visam a discórdia entre os brasileiros para ganhar eleitores.